No dia de Natal, o SescTV presta homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga ao estrear o documentário musical “O Homem que Engarrafa Nuvens”

  
Dirigida por Lírio Ferreira, a produção revela a história e a obra de Humberto Teixeira, compositor e parceiro do Rei do Baião
 

  
No dia 13 de dezembro Luiz Gonzaga completaria 100 anos de idade. Em tributo a esse artista nascido em Exu, no Ceará, que se tornou popular por levar alegria - mesmo quando suas canções retratavam tristezas - ao povo não apenas do nordeste, mas de todo o País e do exterior -, o SescTV estreia no dia 25/12, terça, às 19h, o documentário musical O Homem que Engarrafava Nuvens(2009), dirigido por Lírio Ferreira, com fotografia de Walter Carvalho. O longa conta a trajetória do advogado, político e compositor Humberto Teixeira (1915 – 1979), conhecido como o Doutor do Baião, e autor de músicas como Asa Branca. 
  
Pontuada por composições de Teixeira, a produção também desvenda a história do baião no Brasil através de depoimentos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Sivuca, Gal Costa, Raimundo Fagner, Lirinha, Otto, Alceu Valença e Elba Ramalho, entre outros. No documentário, a atriz Denise Dummont, filha de Teixeira e produtora do filme, procura conhecer um pouco mais sobre o pai. 
  
Nascido em 5 de janeiro de 1915, em Iguatu – CE,  Humberto Teixeira cresceu ouvindo baião. O início da carreira foi difícil, recorda ele em um dos vídeos exibidos no documentário. Apresentou suas músicas para cantores como Orlando Silva, Silvio Caldas e Carmen Miranda e nenhum se interessou.  Sem desanimar, em 1944, compôs seu primeiro sucesso: Sinfonia do Café, junto com Lauro Maia. Ainda nessa época surgem as canções Kalu e Adeus Maria Fulô; e o samba de carnaval Deus me Perdoe. 
  
Mas o sucesso realmente aconteceu quando ele conheceu Luiz Gonzaga em 1945 e juntos fizeram "o primeiro baião que se gravou em todo o mundo", intitulado Baião, se tornando um grande sucesso por todo o País, relembra Teixeira. A parceria foi rica e muitas músicas da dupla foram gravadas por grandes cantores, entre eles Carmen Miranda, que interpretou em inglês um baião. 
  
Após a dupla instituir o baião como o ritmo nordestino que implantariam no Sul do País, trataram de urbanizar e dar características nacionais as suas composições, revela, Teixeira. Retratando a imagem e a cultura do nordestino, o baião se difundiu por todo o território brasileiro e ganhou espaço também no cinema. As letras com rimas eruditas e populares nasceram da inspiração encontrada por Teixeira nas ruas, por meio da fala do povo ou de personagens como cegos das feiras de rua e, até mesmo, do pássaro Assum Preto, tema de uma de suas composições. 
  
Para o jornalista Tárik de Souza, "eles se completavam. O Luiz Gonzaga trazia toda aquela coisa do artista do povo, um cara acostumado a conquistar as plateias mais adversas e o Umberto Teixeira que era um literato, um poeta, um escritor, ao mesmo tempo que era um músico". Já para Otto, havia uma explosão na união dos dois. "Humberto era pólvora e o canhão era Gonzaga". 
  
O documentário expõe ainda a invasão de ritmos estrangeiros no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e o baião como resposta nacional; o declínio do baião; e a morte de Teixeira, em 3 de outubro de 1979, aos 64 anos, vítima de um enfarte. 
  
  
Sobre o SescTV
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SERVIÇO: 
  
  
Documentário 
  
O Homem que Engarrafava Nuvens 
Direção: Lírio Ferreira 
Estreia: 25/12, terça, às 19h 
Classificação indicativa: 14 anos 
Produtora: Good Ju-Ju e Asylum Films