Oi FUTURO ABRE MOSTRA QUE UNE ARTE E CIÊNCIA PARA INVESTIGAR OS LIMITES ENTRE HOMEM E MÁQUINA
· MACHINARIUM, coletiva com curadoria de Marisa Flórido apresenta obras de artistas brasileiros e estrangeiros no
centro cultural em Ipanema de 14 de julho a 08 de setembro
· Artistas estrangeiros como o novaiorquino Steve Miller, a portuguesa, Marta de Menezes e o austríaco Herwig Turk estarão na mostra
· Evento terá planta-robô, vírus virtuais e raios-X discutindo os limites entre arte e ciência, corpo humano e máquina
A exposição MACHINARIUM, que será aberta no Oi Futuro em Ipanema, em 14 de julho, apresentará criações de oito artistas visuais contemporâneos sob curadoria de Marisa Florido, nas galerias do térreo e do segundo nível, até 08 de setembro. São criações feitas a partir de novas tecnologias e que têm a intenção de explorar o limiar entre homem e máquina, corpo e imagem, carne e artifício, vida e codificação científica, criação e morte.
A mostra reunirá instalações, vídeos, projeções, fotografias e objetos em grande parte apresentados para o público brasileiro pela primeira vez. Haverá ainda uma palestra com a presença de alguns dos autores e da curadora, com data a ser definida. Para os oito artistas selecionados – Cris Bierrenbach, Guto Nóbrega, Herwig Turk, Joseph Nechvatal, Marta de Menezes, Monica Mansur e Steve Miller – a ciência é ferramenta conceitual ou estética.
"Assim como qualquer outra área do conhecimento, a arte também se vale do avanço tecnológico. Arte, ciência e tecnologia têm uma ligação antiga e não faltam exemplos na História de artistas que usaram a ciência e a tecnologia para expandir os limites da arte, como Leonardo Da Vinci e Bruneleschi", aponta o diretor de cultura do Oi Futuro, Roberto Guimarães. "A missão do Oi Futuro sempre foi de evidenciar as relações estabelecidas há séculos entre essas áreas e busca mostrar com MACHINARIUM, como o cruzamento entre esses campos do conhecimento humano continuam a influenciar a arte contemporânea", conclui.
Para a curadora Marisa Florido, é no corpo artificial que se projeta a complexa mecânica das ligações e sentimentos humanos. "Máquinas são concebidas como organismos: a robótica cria híbridos, vírus se propagam pela internet, corrompendo os aparelhos, seus programas, suas imagens", diz, acrescentando que, no entanto, sobre as máquinas nas artes projetam-se sentimentos e desejos, terrores e prazeres humanos. "Sobre elas se refletem a atração entre os sexos, as relações de poder entre os homens, entre o homem e o mito, o homem e o estranho que o habita, entre criador e criatura. Ressoam, em sua mecânica, o erotismo, a potência de criação e destruição, o poder e o controle, a servidão e a rebelião (do homem e do autômato), a razão e o nonsense, as crenças religiosas e as angústias da finitude", completa.
As obras
Em MACHINARIUM, a tradição do retrato pictórico e fotográfico é repensada em imagens em raio-X do corpo humano ou de animais em extinção, assim como nas imagens endoscópicas em vídeo e tomográficas realizadas durante ações e emoções diferenciadas e nas codificações genéticas. A simbiose entre biologia e artifício é abordada em híbridos robóticos ou na criação de vírus virtuais que devoram imagens eletrônicas.
No térreo do Oi Futuro em Ipanema, os visitantes encontrarão:
Steve Miller (Fashion Animals): cinco fotografias em raio-X de animais em extinção, emolduradas;
Marta de Menezes (Functional Portraits): videoprojeção de imagens de tomografias feitas durante ações diferenciadas;
Cris Bierrenbach (Retrato Íntimo): quatro fotografias em raios-X do corpo da artista com instrumentos cortantes inseridos, mostradas em monitores de TV de 42".
Na galeria do segundo piso, estarão expostas:
Guto Nóbrega (BOT-anic): obras que são um híbrido composto de uma planta e um sistema robótico artificial que permite à planta locomover-se;
Marta de Menezes (Inner Cloud): cinco "nuvens" feitas de DNA seco em precipitação, colocados em vidros em cima de praticáveis;
Monica Mansur (Silêncio / Endophilia): vídeos de imagens das cordas vocais falando a palavra "silêncio", projetados no videowall e vídeo de imagens do estômago com injeção de azul de metileno, projetado no chão;
Joseph Nechvatal (Viral Venture): vírus virtuais que "comem' a imagem;
Herwig Turk (DNA-film): vídeo de sequências de DNA projetado em mesa cirúrgica.
CRIS BIERRENBACH, nascida em São Paulo, em 1964, é fotógrafa, graduada em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Sua primeira exposição individual foi em 1990, no "Projeto Foto de Autor", do Museu da Imagem e do Som/SP. Ilustrou, em 1996, a primeira fotonovela interativa brasileira, "O Moscovita". Trabalha para veículos como Capricho, Carta Capital, Claudia, Criativa, Elle, Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, Jovem Pan, Marie Claire, MTV, Pequenas Empresas Grandes Negócios, República, Revista da Folha, Saúde, Uma, Universo Online, Valor Econômico, Veja e Vogue, entre outros.
GUTO NÓBREGA é doutor em Interactive Arts pela University of Plymouth UK, mestre em Comunicação, Tecnologia e Estética pela ECO-UFRJ e bacharel em gravura pela EBA-UFRJ, onde leciona desde 1995. Nascido no Rio de Janeiro, em 1965, o artista e pesquisador fundou e coordena o Núcleo de Arte e Novos Organismos (NANO), espaço de pesquisa para investigação na intersecção entre arte, ciência e tecnologia. Suas obras já foram apresentadas em vários países, como Alemanha, Áustria, Canadá, Espanha, EUA, Reino Unido e Singapura.
HERWIG TURK nasceu em 1964, na Áustria, e vive em Portugal. Seus trabalhos artísticos, na área de novas tecnologias, já foram expostos em países como Alemanha, Áustria, Coreia do Sul, EUA, Hungria e Portugal. Nos últimos anos, tem se envolvido em projetos de arte interdisciplinares, como o"HILUS Platform", em Viena, e o "Blindspot", que cruza arte e ciência e é feito em parceria com o cientista português Paulo Pereira.
JOSEPH NECHVATAL nasceu em Chicago, EUA, em 1951, e vive em Paris. Ph.D em Filosofia da Arte pela University of Wales College, estudou Fine Art em Southern Illinois University Carbondale e na Cornell University, além de Filosofia na Columbia University. Desde 1986, trabalha principalmente com informação visual eletrônica, computadores e robótica. De 1991 a 1993, seu trabalho foi a respeito do "Computer Virus Project", uma experiência com vírus de computador utilizado como ferramenta criativa. Em 2002, ampliou a pesquisa artística no campo da vida artificial viral em colaboração com o programador Stéphane Sikora.
MARTA DE MENEZES é uma artista portuguesa, nascida em Lisboa, em 1975, que explora a intersecção entre arte e Biologia. Doutoranda pela Universidade de Leiden, mestre em História da Arte e Cultura Visual pela Universidade de Oxford e graduada em Belas Artes pela Universidade de Lisboa, trabalha em laboratórios de pesquisa para demonstrar que as tecnologias biológicas podem ser utilizadas como novos meios artísticos. Sua primeira obra de arte biológica, "Nature?" (1999), modificava os padrões de asas de borboletas vivas. Desde então, usa técnicas como ressonância magnética do cérebro para criar imagens da mente, elabora esculturas a partir de proteínas, neurônios vivos, bactérias ou sondas fluorescentes de DNA. É diretora artística do laboratório de arte experimental Ectopia, em Lisboa, e diretora do Cultivamos Cultura.
MONICA MANSUR nasceu no Rio de Janeiro, é mestre em História e Crítica da Arte pela Escola de Belas Artes da UFRJ, com pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ e graduada em Arquitetura pela UFRJ. Atua profissionalmente no circuito das artes visuais desde 1989, com a realização de inúmeras exposições no Brasil e no exterior. É representada pelo Valu Oria Escritório de Arte, em São Paulo. Ao lado de Claudia Tavares, comanda a Binóculo Produção e Editora.
STEVE MILLER nasceu em Nova Iorque, EUA, em 1951, e cursou a Skowhegan School of Painting and Sculpture e a Middlebury College. Conhecido por suas fotografias e pinturas que combinam arte, ciência e tecnologia, seu impulso sempre foi lutar com os fundamentos da vida através dos meios visuais. Há décadas, o fotógrafo roda o mundo com suas exposições e suas imagens estão presentes em importantes publicações. Suas obras são exclusivamente trabalhadas a partir do exame dos sistemas que constituem nosso mundo – um bom exemplo são as fotografias de animais feitas a partir de aparelhos de raio X.
Sobre o Oi Futuro
O Oi Futuro é o instituto de responsabilidade social da Oi, que emprega novas tecnologias de comunicação e informação no desenvolvimento de projetos de educação, cultura, esporte, meio ambiente e desenvolvimento social. Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.
Na educação, os programas NAVE e Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando jovens para profissões na área digital, fornecendo conteúdo pedagógico para a formação de educadores da rede pública, e fomentando o desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e apreços acessíveis, além do Museu das Telecomunicações nas duas cidades.
O esporte é apoiado através de projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal. O programa Oi Novos Brasis completa seu escopo de atuação, reafirmando o compromisso do Instituto no campo da sustentabilidade, com o apoio e o desenvolvimento de parcerias com organizações sem fins lucrativos para a viabilização de ideias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e comunicação para acelerar o desenvolvimento humano.
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