A&E Carlos, minissérie em três episódios sobre terrorista venezuelano

Venezuelano e filho de um advogado comunista, Ilich Ramirez Sanchez (nome dado por seu pai em homenagem a Vladimir Ilyich Lenin, líder revolucionários russo) é considerado por alguns uma figura central da extrema esquerda durante os anos da Cortina de Ferro e por outros um mercenário oportunista que trabalhava para os serviços secretos de qualquer poder.

Tema de Carlos, série inédita em três episódios do A&E (com estreia, em 19/1, às 20h), Carlos, o Chacal -- apelido dado pela mídia em referência à novela de Frederick Forsyth, O Dia do Chacal -- juntou-se cedo ao movimento da juventude comunista e, aos 24 anos, ingressou na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP). Foi, então, que começou a gravar seu nome no hall de inimigo público número 1 do mundo.

Em 1975, dois anos após assassinar o empresário Joseph Shieff, vice-presidente da rede de lojas inglesa Marks & Spencer, e vice-presidente da Federação Sionista do Reino Unido e Irlanda, com um tiro na cabeça, Carlos sequestrou onze ministros de países-membros da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), reunidos em Viena, Áustria. Após a morte de três pessoas, conseguiu fugir.

Na sequência, lançou uma granada contra um banco israelita em Londres e duas bombas numa farmácia em Paris e cometeu um atentado contra aviões no Aeroporto de Orly, França, em que supostamente estaria o presidente Jacques Chirac. Em todas as vezes conseguiu escapar.

Diferentemente de Osama Bin Laden, Ilich participava pessoalmente de suas ações e contava com uma lista extensa de colaboradores, da qual, suspeita-se, tenham feito parte o iraquiano Saddam Hussein e o cubano Fidel Castro.

Nos anos 90, com o fim da Guerra Fria e a saúde debilitada, Carlos saiu de cena, mas esse extenso currículo de terrorismo internacional não foi esquecido. Assim, depois de um acordo do governo francês com o Sudão, o criminoso, que faria uma cirurgia de testículo no país, foi sedado e enviado a uma cadeia de alta segurança nos arredores do país. Mesmo tendo sido defendido pelos melhores advogados do mundo, foi condenado à prisão perpétua por duas vezes, em 1997 e em 2011.

Carlos é uma produção do cineasta francês Olivier Assayas. Ao todo são 5h33 de duração, divididas em três blocos. A versão integral foi exibida pela primeira vez no Festival de Cannes de 2011, em sessão especial fora de competição – para descontentamento de Assayas, que gostaria de ter concorrido à Palma de Ouro. A organização do evento, porém, alegou queCarlos teve como destino final a televisão, e não o cinema, o que invalidava sua participação na mostra competitiva. Carlostambém foi exibido no Festival do Rio.

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