SescTV estreia “Plínio Marcos: Eu Fiz por Merecer”
Programação especial exibe show, entrevistas e filmes em tributo aos 15 anos de sua morte
Plínio Marcos em Prosa e Samba. Foto: Alexandre Nunis.
No dia 19/11 completam-se 15 anos da morte do ator e dramaturgo Plínio Marcos. Para homenageá-lo, a partir dessa data até 23/11, o SescTV leva ao ar pela primeira vez o especial Plínio Marcos: "Eu Fiz por Merecer", que traça um panorama do artista com um show, duas entrevistas e dois longas-metragens.
Show
Abrindo a programação, dia 19/11, segunda, às 22h, o espetáculo Plínio Marcos em Prosa e Samba é uma homenagem ao show homônimo de 1974, produto do espetáculo Humor Grosso e Maldito das Quebradas do Mundaréu, criado pelo dramaturgo um ano antes. Gravado no Sesc Pompeia, em 2013, na capntal paulista, a atração traz Kiko Dinucci, no violão e vocais; Juçara Marçal, nos vocais; Maurício Badé, na percussão; Marcelo Cabral, no baixo e no violão de sete cordas; Rodrigo Campos, na guitarra e no cavaquinho; Thiago França, no saxofone e na flauta; e Wellinton Moreira, na timba.
Segundo Dinucci, com essa produção, Plínio queria falar mais sobre os intérpretes de samba até então desconhecidos do grande público. "Esses sambistas eram marginalizados. Não estavam tão fora do universo das peças dele: travestis, ladrões, prostitutas, cafetões. Sambista era um marginal a mais dentro desse conjunto de marginais", explica. O programa tem participação do cantor e compositor Silvio Modesto e traz depoimentos do Plínio Marcos e do compositor Geraldo Filme sobre o samba paulista. A direção para TV é de Juliana Borges.
Entrevistas
Dia 20/11, quinta, às 22h, o programa Roda Viva: Entrevista com Plínio Marcos (da TV Cultura de São Paulo, de 1988) mostra entrevista com o dramaturgo, que comenta, entre outros temas, sobre a arte de levar para o seu trabalho personagens do submundo; a política cultural; a situação do Brasil, que vivia a ditadura militar; a censura; o seu lado místico, que acreditava no autoconhecimento como forma de libertação; o poder das elites brasileiras e suas influências nas questões políticas; as encenações de peças suas em Nova Iorque – EUA; seu envolvimento com o carnaval; e suas relações com nomes do teatro e da cultura, como Procópio Ferreira, Ziembinski e Pagu (Patrícia Galvão). Com mediação de Antonio Carlos Ferreira, a produção tem direção de Silvia Levy.
Dia 23/11, domingo, às 22h30, Entrevista com Oswaldo Mendes mostra uma conversa com o ator e diretor teatral, que foi amigo pessoal de Plínio Marcos e autor de sua biografia lançada em 2007. Mendes, que se formou em jornalismo e teatro, recorda o início de seu trabalho, há 50 anos; seu primeiro encontro com Plínio Marcos, em 1967, e o reencontro dos dois, em 1969, no extinto jornal Última Hora, onde trabalhava e o dramaturgo era cronista. Mendes via uma pessoa íntegra em Plínio, alguém que dava espaço para que outros articulassem no teatro. "Sem colocar a voz dele como mediador, nem tentar pôr seus pensamentos ali", explica. Mendes também, fala, entre outros assuntos, sobre por que escreveu a biografia de Plínio e quando decidiu começar o trabalho. A entrevista tem direção de Míriam Portela.
Filmes
Dia 21/11, sexta, às 23h, o longa-metragem Dois Perdidos Numa Noite Suja (2002, 100'), baseado na peça homônima de Plínio Marcos, escrita em 1966, narra a história de dois imigrantes brasileiros ilegais em Nova York, Paco e Tonho. O primeiro, um mineiro tímido, que busca uma vida bem-sucedida, mas sofre por estar distante da família e do seu País. A situação piora quando o serviço de imigração o procura. O segundo é um artista talentoso e ambicioso, que só pensa em se tornar um grande pop star. O que pode acontecer quando os dois decidem morar juntos, em meio às esperanças e às dificuldades? A direção é de José Joffily.
Dia 22/11, sábado, às 22h, a produção Querô (2007, 88'), inspirada no romance Querô – uma Reportagem Maldita, de Plínio Marcos, traz no roteiro a vida de um filho de uma prostituta, que foi demitida de um bordel no dia em que deu à luz. Sem saber o que fazer a partir daquele momento, ela se suicida bebendo querosene. Violeta, a dona do prostíbulo, resolve cuidar do menino e o apelida de Querô, em referência ao modo como sua mãe morreu. O garoto é maltratado, cresce revoltado e vai para as ruas, onde comete pequenos delitos. Certo dia é levado para Febem. Ali sofre humilhações e fixa cicatrizes em sua vida para sempre. A direção é de Carlos Cortez.
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