A economia é tema de episódio inédito da série Galáxias – Olhares sobre o Brasil

O programa vai ao ar dia 21/10, quarta, às 21h, no SescTV


Luiz Carlos Bresser-Pereira. Foto: Divulgação.

 

Desigualdade social, hereditariedade de privilégios, consumo como felicidade e desenvolvimento do País são alguns dos temas discutidos por pensadores de diferentes áreas no episódioEconomia, da série Galáxias – Olhares sobre o Brasil. Inédito, o programa vai ao ar no SescTV, no dia 21/10, quarta, às 21h, com direção de Isa Grinspum Ferraz. A série é uma parceria entre o SescTV e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB) - que disponibilizou o acervo para a exibição e pesquisa de suas obras de arte.

O antropólogo e ensaísta Antonio Risério recorda uma conversa que teve com uma senhora muito rica sobre desigualdade social. Ele conta que disse a ela: "O dinheiro que está empatado na aparência visual, dos óculos aos sapatos, passando pelos anéis, brincos e bolsa, dá para eu construir duas ou três casas populares confortáveis". Para o sociólogo Jessé de Souza, fatos como esse é que torna o País desigual e perverso, descentralizando suas questões.

O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro pensa que a desigualdade é exclusivamente criada e mantida pela própria sociedade brasileira, pela classe dominante. "Só se poderia diminuir a desigualdade social se encontrássemos um meio de fazer isso sem tocar no bolso dos ricos", comenta.

A hereditariedade de privilégios também é abordada pelos entrevistados. "Se você quer construir uma democracia social, você tem que acabar com essa história de instituto de herança", argumenta Risério. Para ele, o legado já é decretado na maternidade. "Ali está mostrando que fulano nasceu numa família rica, vai ter tais e tais oportunidades na vida".

O cineasta e crítico de cinema Kleber Mendonça Filho chama atenção sobre aqueles que entendem que o significado de cidadania é consumir e ter poder aquisitivo. Para Risério, atualmente muitos acreditam que ser feliz é consumir. "As pessoas podem consumir mais, mas a distância entre os pobres e os ricos aumenta", avalia.

Na opinião do rapper Emicida o capitalismo não é o ponto mais alto da evolução humana. "É pobreza de espírito achar que tudo funciona se virar mercado", fala. "O mercado só contempla quem está dentro. E quem está fora? Quem está fora uma hora vai querer comer!", completa.

Sobre o desenvolvimento do País, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira lembra que houve um ciclo no período entre os anos de 1930 e 1980. "Eu chamo o ciclo nação e desenvolvimento".  Ele diz que nessa época o Brasil foi a país que mais cresceu no mundo. O jornalista Mário Magalhães vê o território brasileiro como um lugar próspero para muitos bancos estrangeiros. "O dinheiro que não conseguem ganhar, não só nos seus países, mas no continente de origem, vêm receber no Brasil".

Quando o assunto é mercado, Bresser-Pereira articula que este é coordenado pelo sistema econômico, que só o comanda se houver competição. "Há todo um setor de infraestrutura, por exemplo, que não tem competição nenhuma. Nesses setores é preciso que o Estado planeje", explica.

O episódio traz imagens e vídeos do coletivo Mídia Ninja, captadas nas manifestações de 2013, e de protestos do MST que ocorrem em Brasília nos últimos anos.

Entrevistados: Antônio Risério, antropólogo e ensaísta; Jessé Souza, sociólogo; Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo; Kleber Mendonça Filho, cineasta e crítico de cinema; Francisco Bosco, filósofo e ensaísta; Emicida, rapper; Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista; Jaime Amorim, dirigente do MST; Moacir dos Anjos, curador e crítico de arte; Mário Magalhães, jornalista; e Paulo Mendes da Rocha, arquiteto e urbanista.

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