Oi Futuro traz segunda edição do festival Novas Frequências com atrações internacionais da cena musical de vanguarda



O Oi Futuro recebe, de 04 a 09 de dezembro, a segunda edição do festival Novas Frequências, considerado no ano passado como uma das mais inovadoras experiências do calendário cultural do país, com sua programação voltada para a vanguarda da música contemporânea. Durante os seis dias, oito artistas – sete deles internacionais com passagem inédita pelo Brasil, além de uma atração nacional – se apresentarão no Oi Futuro em Ipanema. São eles: Prince Rama (Estados Unidos), pole (Alemanha), Actress (Inglaterra), Oneohtrix Point Never(Estados Unidos), Lenticular Clouds (Espanha), Julianna Barwick (Estados Unidos), Cadu Tenório (Brasil) e Hype Williams (Inglaterra).

 

"É com muito entusiasmo que recebemos o Novas Frequências, mais uma vez, em nosso centro cultural em Ipanema, cuja programação é voltada para a música e o audiovisual, já tendo sido palco de apresentações de grandes artistas nacionais e internacionais. O teatro de 120 lugares vem recebendo o que há de mais contemporâneo e inovador na música, colocando o centro cultural como radar de tendências em diversos gêneros e estilos", declara Maria Arlete Gonçalves, diretora de Cultura do Oi Futuro.

 

Novas Frequências nasceu da parceria entre os produtores culturais Chico Dub e Tathiana Lopes e foi moldado de acordo com as características físicas e conceituais do Oi Futuro em Ipanema. Em outras palavras, busca diversidade e o uso criativo de ferramentas tecnológicas, em meio ao que podemos batizar de fine arts da música contemporânea. Não à toa, muitos dos artistas da programação se apresentam além dos palcos de festivais, em clubes e casas de shows como também em museus, galerias e eventos associados às artes plásticas. São artistas com promissoras carreiras dentro da vanguarda, que lançam seus trabalhos por selos fonográficos de respaldo internacional e ganharam reconhecimento nas mais importantes publicações da chamada nova música, como: The Wire, Pitchfork, Fact, XLR8R, Resident Advisor e The Fader.

 

A segunda edição do Festival Novas Frequências continua sua pesquisa por artistas que buscam estes novos rumos e apontam a bússola não só para a música mas para os sons contemporâneos. "São artistas difíceis de serem rotulados em gêneros específicos, tamanha é a mistura, o experimentalismo e o gosto pelo desconhecido. Mas algumas questões e palavras-chaves os unem conceitualmente, como: minimalismo, repetição, erro, desconstrução, transcendência, religião, distopia, o uso criativo de samples, a estética lo-fi e o som pelo som", observa o curador Chico Dub.

 

O Novas Frequências tem o patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, com apoio cultural do Oi Futuro, e a empresa Cardápio de Ideias Comunicação assina a realização do projeto.

 

www.novasfrequencias.com
www.facebook.com/novasfrequencias
www.twitter.com/nfrequencias


 

Programação

 

Dia 04 de dezembro

Prince Rama

(Not Not Fun/ Paw Tracks, Eua)

 

Formado pelas irmãs Taraka e Nimai Larson, o Prince Rama é um duo de rock psicodélico com diversas influências orientais que nasceu em 2007, após uma longa vivência em uma comunidade Hare Krishna, na Flórida.

 

Já morando em Nova Iorque e com alguns discos no currículo, os ritualísticos, energéticos e imprevisíveis shows do Prince Rama começaram a se destacar no underground, mesclando cantos coletivos em sânscrito com palavras inventadas, cerimônias psicodélicas e arte performática. Isso sem contar com a inimitável mistura de guitarras, sintetizadores, gamelãs, sinos de reza, percussão tribal e melodias ao mesmo tempo cativantes e assustadoras.

 

Com extenso repertório (são ao todo oito trabalhos entre álbuns e EPs), o Prince Rama lançou este ano Utopia = No Person (Not Not Fun, 2012), disco que explora a interseção entre "música e utopia através de uma rotina de exercícios físicos". É praticamente um álbum de dance music e, nesse sentido, é o trabalho mais bizarro do duo. Não menos estranho (ou conceitual), é Top Ten Hits Of The End Of The World (Paw Records, 2012), álbum que marca a terceira colaboração do Prince Rama para a Paw Records (selo administrado pelos membros do Animal Collective).Top Ten… recria canções de 10 bandas que supostamente teriam morrido durante um apocalipse em uma realidade alternativa.

 

http://princerama.tumblr.com/

http://www.youtube.com/watch?v=A_EnQuOq_A0

 

Dia 05 dezembro

pole

(pole, Alemanha)

 

O trabalho do produtor alemão Stefan Betke, mais conhecido como pole, se baseia sempre na mesma questão: como extrair o máximo de intensidade do mínimo de material possível?

Após cair no chão e quebrar, os ruídos de estática, estalos, chiados e crepitações emitidos pelo Waldolf 4-Pole (um filtro próprio para a masterização de discos de vinil), acabaram se tornando o ponto de partida para a música de Betke. Seus quatro primeiros álbums (123, e R) foram todos utilizados com esse filtro como base percussiva (daí seu nome artístico), incorporando ainda as cavernosas linhas de baixo do dub e melodias de sintetizadores em tons menores.

 

Dono de selo (~scape e pole), sua reputação como produtor e engenheiro de masterização é quase tão grande quanto a sua identidade como produtor. Talvez por isso, Betke tenha ficado quase quatro anos e meio afastado da produção musical. Eis que no final de 2011, através da trilogia de EPsWaldgeschichten, pole enunciou um prólogo para um novo disco, o sétimo de sua carreira, que deverá ser lançado no início de 2013. Nesta nova fase, o alemão está mais funky do que nunca, adicionando alguns elementos de field recordings da natureza, como chuva, vento e barulhos de riacho.

 

http://www.pole-music.com/

http://soundcloud.com/pole-original

http://www.youtube.com/watch?v=cejIuqW_pHQ

 

 

Dia 06 de dezembro

Actress 
(Honest Jons, UK)


Desde 2004, Actress (o inglês Darren Cunningham) é um dos artistas mais imprevisíveis e difíceis de se catalogar de toda a música eletrônica. Mesmo nitidamente flertando com techno, house, electro e garage, o que menos importa na música desse artista são os gêneros e influências que ele abraça: muito mais relevante é o jeito com que Actress trabalha sua música, basicamente desconstruindo os gêneros previamente citados e priorizando texturas e ambiências em um nível obsessivo de detalhes.

 

Nas palavras do próprio artista, seu som seria algo como "r&b concrete". Faz sentido, pois Actress consegue fazer com que a compressão, a saturação e a distorção de seus ritmos e melodias soem extremamente palatável.

 

A discografia de Cunningham é composta por três álbuns – Hazyville (Werk, 2008) Splazsh (Honest Jon's, 2010) e R.I.P. (Honest Jon's, 2012) –, além de vários singles e EPs. Já remixou Kassem Mosse, Joy Orbison e Panda Bear. E seu selo, o Werk Discs, já lançou trabalhos de Lone, Zomby e Lukid.

 

R.I.P., seu segundo trabalho para o Honest Jon's (selo fundado por Damon Albarn, do Blur e Gorilazz) possui diversas faixas quase que integralmente removidas da pista de dança; é praticamente um disco de ambient ou uma trilha imaginária para algum tipo de instalação sonora.

 

http://www.facebook.com/pages/Actress/114356735295936

http://www.dazeddigital.com/music/article/13235/1/exclusive-actress-rip-film-interview

 

Dia 07 de dezembro

Maria Minerva

(Not Not Fun/ 100% Silk, Estônia)

 

Nascida em Tallinn, capital da Estônia, a cantora e produtora Maria Minerva, de apenas 24 anos, é uma das mais influentes cantoras-produtoras de uma nova cena feminina de música eletrônica, algo que se situa entre a música de pista e o headphone.

Minerva lança seus discos pelo selo Not Not Fun – a meca do novo underground norte-americano –, além do seu braço mais dançante, o 100% Silk. Entre singles 12", EPs, cassetes e álbuns, a estoniana possui em sua discografia os títulos: Tallinn At Dawn (2011), Sacred and Profane Love (2011),Cabaret Cixous (2011), Noble Savage (2011) e Will Happiness Find Me? (2012), além de colaborações com LA Vampires (The Integration LP, 2012) e Ajukaja (Nii Hea, 2012).

Sua música é predominantemente pop, seja ela em sua estado mais abstrato, vanguardista, glamuroso, dance, etéreo ou sonhador. Os grooves profundos são perfeitos para o escapismo e a transcendência, porém as letras colocam pra pensar: feminilidade, sexualidade e a alienação na era digital são assuntos constantes em suas letras.

Minerva, definitivamente é o produto de exportação mais cool da Estônia, possui Mestrado em Cultura Auditiva e Visual pela Goldsmiths, além de Licenciatura em História da Arte. Já foi estagiária da The Wire e constantemente publica críticas sobre arte e música na Estônia.


http://www.facebook.com/mariaminervamusic

 

Dia 08 de dezembro

Lenticular Clouds

(AMDISCS, Espanha)
Esta performance tem o apoio do Instituto Cervantes

 

Lenticular Clouds é o projeto do estudante espanhol de geografia Albert Zaragoza Gas, multi-instrumentista responsável por teclados, guitarras e sequenciadores.

 

Rotulado como chillwave, seu primeiro trabalho, Ciencia/ Conciencia (Neonized, 2011) é cheio de detalhes eletrônicos e ritmos quebrados, como se fosse uma IDM mais contemplativa, envolta em veludo.

 

Natural de Barcelona, Zaragoza deu um grande passo a frente com Universal Geometry (AMDISCS, 2012). As músicas, menos influenciadas por chillwave e hypnagogoc pop, são perfeitos mecanismos rítmicos que cativam o ouvinte, graças a melodias e precisos arranjos que aumentam a carga emocional das faixas.

 

Lenticular Clouds tocou este ano no prestigiado festival Sónar Barcelona, assim como em diversos outros festivais de verão, como o ArteNou. Seus shows interagem com criações em vídeo, além de informações coletadas na internet sobre consciência universal e o despertar da humanidade, transformando a apresentação em uma espécie de divulgação científica e pregação espiritual.

No dia 07 de dezembro, no Instituto Cervantes, das 18:30 as 20:00, Lenticular Clouds apresentará uma palestra/ workshop sobre seu processo de composição e temas que o inspiram.

 

http://lenticularclouds.net/

http://vimeo.com/37167526

 

Dia 08 de dezembro

Julianna Barwick
(Asthmatic Kitty, Eua)

A interface entre voz e tecnologia é central para o trabalho da cantora norte-americana Julianna Barwick. Sua música é construída em cima de múltiplos loops e camadas da sua própria voz encharcadas de eco e reverb, e gravadas através de uma loop station Boss RC-50. A orquestração é mínima(lista): um piano ou synth occasional, além de percussão para preencher a canção. Basicamente, é como se estivéssemos ouvindo o coral de uma mulher só; a atualização digital de hinos sagrados (quando criança, Barwick cantava no coral da igreja de uma cidadezinha rural de Louisiana).

 

Sua bonita voz celestial não canta absolutamente nada em particular – são cânticos totalmente inventados que não propõem uma rejeição à letra, mas sim a adoção da voz pura. Mesmo não sabendo o que ela canta, as impressões emocionais são tão diversas quanto os loops da sua voz.

 

Hoje radicada em Nova Iorque, Julianna possui em seu carreiraos álbuns Sanguine (sem gravadora, 2009) e The Magic Place (Asthmatic Kitty, 2011), além do EP Florine (sem gravadora, 2010). Também merecem destaque o OMBRE, projeto que lançou este ano junto com Helado Negro, seu colega de gravadora, e um álbum colaborativo de improvisação com a japonesa Ikue Mori (ex-baterista do seminal DNA, grupo de no wave que também contava com Arto Lindsay em sua formação).

 

http://www.juliannabarwick.com/

http://vimeo.com/20420776

http://www.youtube.com/watch?v=amlh9KfpP_M

 

Dia 09 de dezembro

Cadu Tenório

(Sinewave/ Toc Label, Brasil)

 

Através de vários projetos que lhe renderam boas resenhas no Brasil e no exterior, tais como Sobre a Máquina, VICTIM!, Santa Rosa's Family Tree e Ceticências, Cadu Tenório se dedica às sonoridades soturnas, oscilando entre o caos intenso, a claustrofobia e a tensão. Noise, dark ambient e drone são conceitos insuficientes para descrever seu trabalho, geralmente construído a partir da exploração de processos de gravação e performance voltadas para o improviso, mas também pela obtenção de timbragens incomuns a partir de tapeloops, instrumentos processados e timbres extraídos de objetos cotidianos.

 

Um dos mais prolíficos articuladores da nova cena da música carioca, Cadu Tenório, especialmente para o Novas Frequência, irá montar um show dividido em quatro atos no qual irá passear pelas sonoridades de todos os seus projetos – inclusive os que nunca foram apresentados ao vivo, como oSanta Rosa's Family Tree e o Ceticências. Para isso, o artista contará com a participação de companheiros como o bandmate e parceiro de composição Emygdio Costa (Sobre a Máquina, Fábrica), o saxofonista russo Alexander Zhemchuznihkov (Sobre a Máquina, BIU) e o baterista Renato Godoy (Chinese Cookie Poets).


http://sobreamaquina.bandcamp.com/

http://ceticencias.bandcamp.com/

http://vimeo.com/38991412

 

Dia 09 de dezembro

Hype Williams
(Hyperdub, UK)

 

Composto pelo duo radicado em Londres, Inga Copeland e Dean Blunt, o Hype Williams, nas raríssimas entrevistas que deu a imprensa especializada, já disse tanta coisa estapafúrdia que a primeira coisa que vem a cabeça é que eles não se levam a sério. Exemplo: lançaram músicas através de maçãs com pendrives embutidos que foram vendidas no mercado de Brixton, em Londres; que eles são amigos de rappers norte-americanos; que Inga já tentou entrar para o time de futebol do Arsenal; que Dean foi pego roubando guaxinins de taxidermistas e que se juntou a Nação do Islam.

 

O próprio nome do duo é uma piada – Hype Williams é o nome de um famoso diretor de vídeos de rap. E mesmo seus "nomes de verdade" (Dean e Inga), parecem ser falsos.

 

Com três álbuns lançados como Hype Williams – Untitled (Carnivals, 2010), Find Out What Happens When People Stop Being Polite, And Start Getting Reel (De Stijl, 2010) e One Nation (Hippos in Tanks, 2011) – além de Black is Beautiful (Hyperdub, 2012), trabalho assinado com o nome de Dean Blunt & Inga Copeland, o duo não só descostrói sua imagem como também a sua própria sonoridade: uma espécie de dub eletrônico esfumaçado e lo-fi influênciado por hip-hop e pop. Muitas músicas não tem nome e estão repletas de samples de rips mal comprimidos de vídeos do YouTube, chiados de fita, batidas fora de sincronia, noise e instrumentos baratos.


http://www.youtube.com/watch?v=FeZsad3s3hk

http://www.youtube.com/watch?v=fMbfJpEigOs&list=UU9NWMLbLCWXO_f9Yv5O6sbA&index=18&feature=plcp

 

 

 

Serviço

Festival Novas Frequências 2ª edição

Data: 4 a 9 de dezembro 2012

Local: Oi Futuro em Ipanema

Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 54 / 2ºandar - Ipanema

Horário dos shows dos dias: 21h (os shows no sábado, dia 8, e no domingo, dia 9, começam as 20:00)
Entrada: R$15 (meia entrada: R$ 7,50)

Capacidade: 130 lugares

Classificação: Livre

Informações: 031 (21) 3201-3010


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