Tom Zé faz show inédito no Oi Futuro no encerramento do 8º Multiplicidade
· Tropicalista se une às projeções do SuperUber para uma apresentação única
· Após o espetáculo, Wladimir Gasper comanda a festa no primeiro piso
O Festival Multiplicidade desse ano terá, no próximo dia 6 de dezembro, um encerramento especial: o inquieto tropicalista Tom Zé vai se unir à agência e produtora criativa SuperUber para uma performance elaborada especialmente para o evento. Levando para o festival o fator inusitado, além de sua música, Tom Zé fará um show baseado em seu último disco, "Tropicália Lixo Lógico", onde resgata e analisa, ao lado de artistas da nova geração como a cantora Mallu Magalhães, o movimento Tropicália, do qual fez parte ao lado de outros como Gil e Caetano. Além dessas canções da nova safra, entre elas Não tenha ódio no verão e Tropicalia Jacta Est, o artista incluiu no repertório canções como Politicar, a clássica 2001 e Unimultiplicidade, segundo ele, aparentada com o Festival, entre outras.
Tom Zé estará tecnologizado, com um aparato preparado pelo SuperUber. Será criado, na hora do espetáculo, um mundo de cores e grafismos volumétricos e holográficos, dando a sensação de que os músicos estarão em uma caixa tridimensional. Essa interatividade será comandada de acordo com o som, a voz, a banda e, em alguns momentos, Tom Zé vai poder tocar e manipular esse cenário, através de uma vestimenta com sensores criados especialmente pelo SuperUber para a performance.
A ideia de juntar a música de Tom Zé com as projeções visuais do SuperUber - que vem fazendo trabalhos mundo afora, incluindo uma recente apresentação da cantora Beyoncé na sede da ONU – é para sustentar uma premissa básica do Multiplicidade, que vem desde a primeira edição do festival em 2005: que a apresentação seja realmente nova e inédita, diferente de tudo que os artistas vêm fazendo em outros palcos. E Tom Zé acrescenta: "tenho que me reinventar tentando fazer cada apresentação incluir toda a improvisação possível para não se tornar um show 'engessado' e a plateia ter certeza de que eu e ela estamos vivos."
O show do Tom Zé será transmitido, do lado de fora do teatro, no 8º piso no Oi Futuro, para quem não conseguir ingresso. No teatro, o público será acomodado em pé.
Wladimir Gasper fecha a última noite do 8º Festival Multiplicidade
Codinome de Pedro Bernardes, Wladimir Gasper traz para o Oi Futuro sua música e filosofia freestyle, enriquecidos de improviso em um quebra-cabeça conceitual formado tanto por beatbox, quanto por um caminho de instrumentista e arranjador. Sua apresentação não é feita com as bases na relação de DJ e pick-up apenas, Gasper faz um live set, improvisando com sintetizadores, MPC, instrumentos e outros brinquedos. Sem estilo definido, sem ideias pré-concebidas, ele comandará a festa que vai encerrar o 8º Festival Multiplicidade, no primeiro piso do Oi Futuro. "Não é necessariamente uma música que vai me influenciar, são as pessoas, uma atitude, uma arquitetura. É tudo sinestesia. Me relaciono com o som de forma imaterial, é espírito", conta Pedro, 28 anos, e com colaborações de Mario Caldato, Bebel Gilberto, Marcelo D2, Marisa Monte, Sergio Mendes e Beck, entre outros.
Sobre o Multiplicidade - Idealizado por Batman Zavareze em 2005, é um dos mais importantes festivais audiovisuais do Rio de Janeiro. O evento com seu formato bastante original, onde as atrações são apresentadas em intervalos para potencializar as performances, ocupa o calendário cultural de setembro a dezembro com um programa de performances nacionais e internacionais, sempre com o conceito de unir em um mesmo palco arte visual e sonoridade experimental. "Os conceitos de criação, cada vez mais híbridos, estão sendo revistos, discutidos e adaptados junto a uma multiplicação de novos artistas com suas ferramentas digitais, produzindo e consumindo: textos, imagens e sons. São muitas experimentações por segundo. O cientista e o artesão subirão ao nosso palco para experimentações", diz Batman.
"A Oi e o projeto Multiplicidade renovam, a cada ano, uma parceria fundamentada no conceito de convergência e na inovação permanente", diz Maria Arlete Gonçalves, diretora de Cultura do Oi Futuro. "A união de arte e tecnologia, presente no DNA do Oi Futuro, abre espaço à diversidade de linguagens, os cenários inusitados e sonoridades experimentais", afirma.
Seleção artística de 2012 - Esse ano, a curadoria se pauta na convivência entre o low tech e o high tech. Já passaram pelo palco do Multiplicidade nessa oitava edição: Pedro Sá e Domenico Lancellotti interagindo com trabalhos do artista plástico Paulo Nenflídio; o grupo Rabotnik; o DJ Maurício Valladares; o artista digital japonês Ryoichi Kurokawa, com o espetáculo audiovisual "Rheo"; e o duo mineiro O Grivo, conhecido também pela parceria nas trilhas sonoras dos filmes do artista plástico Cao Guimarães. Também passaram pelo Multiplicidade, membros do SARC (Sonic Arts Research Center), de Belfast. Primeiro, na performance de Marco Donnarumma, Miguel Ortiz e Anna Weisling. Depois, no tributo aos 100 anos de nascimento do compositor americano John Cage, junto com o PianOrquestra. Antes do encerramento com Tom Zé, a dupla londrina D-Fuse trouxe suas instalações audiovisuais e o cinema multimídia Tekton.
Site oficial: http://www.multiplicidade.com/2012/
Sobre Batman Zavareze – Idealizador e curador do Multiplicidade, Batman Zavareze, 39 anos, dedica-se a dois grandes projetos paralelos ao festival: ele assina a direção de arte da nova turnê da cantora Marisa Monte, "Verdade, Uma Ilusão", para a qual desenvolveu uma concepção visual e tecnológica com múltiplas projeções; e todo o trabalho de vídeo da nova peça de Marco Nanini, com direção de Guel Arraes. Batman também é curador do projeto Happenings, que aconteceu durante 2 anos na Casa França-Brasil e este ano ocorre no Centro de Artes Helio Oiticica, com manifestações experimentais de arte contemporânea.
Carioca, Batman graduou-se em Comunicação Visual e iniciou sua experiência profissional na MTV em 1992. Já no fim da década de 90, Batman foi convidado para fazer uma residência de Arte na "Fabrica", Centro de Pesquisa de Comunicação da Benetton, coordenada pelo fotógrafo e diretor de criação Oliviero Toscani.
Desde então, Batman vem trabalhando em exposições, shows, peças de teatro e programas de broadcasting para canais como MTV, Multishow, GNT, SporTV, Futura e Discovery, entre outros. Já teve seu trabalho publicado e exposto em revistas, livros e mostras em importantes centros culturais no Rio de Janeiro – como CCBB, Oi Futuro, Museu Nacional Belas Artes e Paço Imperial –, e também em países como Itália, Alemanha, Japão, Costa Rica, Portugal, França, Suíça, China e Rússia. Através de sua empresa, 27 Mais 1 Comunicação Visual, dirige e colabora em eventos que envolvem a tecnologia como forma de comunicação, tais como: Coca Cola Vibe Zone, Sky Live Multimídia, desfiles de moda (SPFW e Fashion Rio), peças de teatro (Felipe Hirsch, Gerald Thomas, Christiane Jatahy e Guel Arraes), convenções de empresas (Oi, Coca Cola, Souza Cruz e Lancôme), entre outros. Em 2005, criou o Festival Multiplicidade, evento do qual também é curador, que chega a sua oitava edição agora em 2012 sempre pautado por espetáculos de arte digital e música avançada.
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