Entre as mulheres, as favoritas são a japonesa bicampeã Naomi Osaka, a espanhola Gabriñe Muguruza, a bielorussa Aryna Sabalenka e a cabeça de chave número 1, a australiana Ashleigh Barty.
Ex-tenista profissional e um dos maiores nomes do tênis brasileiro, o comentarista Fernando Meligeni falou sobre suas expectativas para o torneio.
Quem você acredita que são os favoritos para vencer o Australian Open?
R: Eu acredito que é um dos anos mais abertos. O Australian Open já é um campeonato aberto, porque é o primeiro Grand Slam do ano, primeiro grande evento do ano, e sempre você tem várias surpresas. Jogadores como o Karatsev ano passado, o Thomas Johansson ganhando, vários outros jogadores que não eram favoritos. Eu acho que, logicamente, se o Djokovic acabar jogando, é o grande favorito, junto com o Medvedev. Correndo um pouco mais por fora tem o Zverev, Nadal e o próprio Tsitsipas. No feminino, a grande favorita é a australiana, a Ashleigh Barty, como um todo, eu acho que o feminino é um torneio onde muita coisa pode acontecer, muita gente jogando bem, muitas surpresas podem acontecer. A Simona Halep começou o ano jogando bem também, acho que pode surpreender, então na minha visão eu ficaria com Halep e Ashleigh Barty.
Temporada 2022 começando e quais são os atletas que acredita que podem surpreender nesse ano?
R: Os que acreditamos que podem surpreender são jogadores que no final do ano passado acabaram jogando bem, no estilo do Carlos Alcaraz. Existe sempre uma expectativa de aparecer um outsider que ninguém está esperando, a surpresa por si só fala, ninguém está esperando que ele chegue e isso é o legal. Eu não tenho um nome a não ser o Alcaraz que já deixa de ser uma surpresa, porque é um jogador que vem jogando muito bem, mas eu imagino que vai ter no mínimo 1 no masculino e 1 no feminino, nas quartas de final, um nome totalmente fora do esperado.
Sobre toda a situação que envolveu o Novak Djokovic para participar da competição, acredita que isso pode afetar seu desempenho?
R: Eu acho que o que mais pode afetar o desempenho é ter uma pressão muito grande da torcida. Eu já estive na Austrália muitas vezes, não é um país normal que tenha essa pressão, é bastante educado o público de lá, mas ao mesmo tempo é o país onde tem mais colônias de outros países, e torcedores de outros países. Acho que ali pode ter uma pressãozinha, um grupo de espanhol enchendo um pouco mais, britânicos, americanos, seja quem for para tentar dar uma cutucada. O Djokovic é forte mentalmente, sempre mostrou isso, mas não é fácil, pode afetar e ele é uma pessoa que acaba se irritando quando tem torcida contra. Ele fica grande, mas ao mesmo tempo ele se irrita.
O que esperar desse Australian Open, que as plataformas Disney trarão todos jogos pelos canais ESPN e pelo Star+?
R: Eu acho que esse ano a gente vai dar um show com transmissão à noite inteira nos canais ESPN. O Star+ é uma ferramenta maravilhosa onde você pode assistir a todos os jogos. Eu já vi os jogos do meu sobrinho nele, já sofri um monte, e você ter essa particularidade, eu sou do tempo que a gente não via jogo na televisão e hoje podemos ver o Australian Open, daqui a pouco está vendo 10 quadras. O duro é escolher que você quer ver, sentado em casa comendo uma pipoca. É maravilhoso, tenho certeza que vai ser um grande sucesso. Espero que as pessoas entrem no Star+, porque como tudo que é novo, os streamings são novos para o que a gente vive, principalmente para nossa geração, mas todo mundo que está entrando está enlouquecendo, está achando demais. Quem gosta de tênis não pode ficar de fora.
E dos brasileiros, o que podemos esperar deles?
R: Temos um representante masculino que é o Thiago Monteiro. No feminino é a Bia Haddad, que vem jogando bem, um pouco longe daquelas meninas entre as 20/30 do mundo. Teve dois jogos na Austrália, acabou perdendo com um placar um pouco folgado. Ela está voltando depois de um bom tempo parada, mas é uma jogadora extremamente perigosa. O Thiago é um jogador firme, vai depender um pouco da chave, tem algumas chaves indigestas. A gente torce para que pegue uma primeira rodada fora dos cabeças, depois um cabeça mais perto do 25 ao 32, aí tem um pouco mais de chance, e se possível, um jogador das quadras lentas, mas o Thiago é um jogador que pode surpreender, pode jogar bem. Nas duplas, já são conhecidas, temos 3 parcerias, o Bruno, o Marcelo, o meu sobrinho, temos boas chances de ir longe. O Marcelo voltou a jogar com o Dodig, tá firme, já fez final do primeiro torneio no ano. O Bruno joga essa semana com o Murray, sempre uma dupla muito forte. E aí tem também uma dupla nova, que é o Felipe com o Rafa Matos, é uma dupla que não tem nada a perder, que vai lá meter a mão na bola. E tem também o Fernando Romboli, que se não me engano vai entrar ou entrou. Temos boas perspectivas para as duplas. Esperamos que eles consigam bons resultados.
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