Oi Futuro recebe poeta João Bandeira na 1ª edição do Programa Poesia Visual em 2016

 

·  Poeta carioca multimídia radicado em São Paulo apresenta exposição com trabalhos visuais em diversos suportes como fotografia, serigrafia, vídeo, instalação e ainda poemas do seu novo livro "Quem quando queira", no Oi Futuro em Ipanema

 

O Programa Poesia Visual, uma nova pesquisa no campo da poesia, cuja abordagem dá maior ênfase na prosa e no verso e menos na poesia de sintaxe visual, recebe o poeta carioca João Bandeira em sua primeira edição em 2016, até 6 de março no centro cultural em Ipanema, com curadoria de Alberto Saraiva. A exposição O Princípio é o Meio conta com patrocínio da Oi, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.

 

Seu título é inspirado num trecho ("ainda agora aqui desde o fim o princípio da poesia é o meio") de um dos poemas do novo livro do autor, Quem Quando Queira, recém-lançado pela Cosac Naify. A mostra evidencia o caráter multimídia do trabalho do poeta e artista visual, que, desde os anos 1980 lida com palavras, imagens e sons em diversos meios, passando pelo grupo Poemix, com o qual realizou espetáculos de poesia em multimídia no Brasil (incluindo o Oi Futuro, em 2005) e no exterior. Bandeira que hoje coordena o setor de Artes Visuais do Centro Maria Antonia, em São Paulo, à frente de exposições de grandes nomes como Cildo Meireles e Jac Leirner, começou sua carreira como músico e compositor e tem canções em parceria com Arnaldo Antunes, Paulo Tatit e Alice Ruiz.

 

"Podemos afirmar que, atualmente, o único espaço permanente dedicado ao estudo e à difusão da poesia visual contemporânea no Brasil é o Oi Futuro em Ipanema", declarou Roberto Guimarães, Gestor de Cultura do Oi Futuro. "Em junho de 2015, o centro cultural inaugurou uma novíssima pesquisa no campo da poesia, cuja abordagem principal se dá mais pela palavra escrita e menos pela poesia de sintaxe visual. Os espaços físicos das galerias e da área externa passaram a servir de mote para que o poema migre através da palavra para a visualidade", concluiu.

 

A mostra no Oi Futuro em Ipanema ocupa duas galerias e é composta por poemas em diferentes formatos, alguns deles presentes em "Quem Quando Queira", que registra sua produção mais recente. Há trabalhos exclusivamente verbais, caso de "Veio o verbo" e "Se a vida insiste", sendo um deles um poema caligráfico em grande formato, "Biografia". A exposição conta também com trabalhos realizados em vídeo, em desenho e serigrafia ("Foi" e Como"), em fotografia ("O mundo") e até mesmo alguns com partes tridimensionais. Segundo João Bandeira, "embora haja poemas e trabalhos visuais de diversos períodos, todos têm a mesma importância, e foram escolhidos, visando compor um conjunto coerente, que afinal é a própria exposição".

 

Entre suas principais referências, João Bandeira, que está radicado em São Paulo há mais de três décadas, aponta poetas como Emily Dickinson, E. E. Cummings e Manuel Bandeira, e artistas visuais próximos à poesia, entre eles Joan Brossa e Mira Schendel. "O que faço, desde os anos 1980, em poesia e suas extensões na visualidade têm ligações com esses artistas e muitos outros, sobretudo com alguns de meus contemporâneos, companheiros de geração", conta.

 

O poeta mútiplo espera que o contato do público com suas obras reflita a diversidade dos formatos e das referências com os quais opera – em seu mais recente livro, por exemplo, há desde poemas de duas linhas ou em prosa, até um capítulo inteiramente dedicado a poemas em fotografia. "O que interessa é que as pessoas possam se aproximar dos meus trabalhos, em qualquer suporte, estabelecendo relações com eles livremente", ressalta Bandeira. "Assim como no título do meu novo livro: 'quem quando queira'", conclui ele.

 

Sobre João Bandeira:

 

João Bandeira é pós-graduado em Letras pela FFLCH-USP, autor do livro de poemas Quem Quando Queira (recentemente lançado pela editora Cosac Naify, com apresentação de José Miguel Wisnik), e vários outros, entre eles Dial (ed. do autor, 2005), Rente (Ateliê Editorial, 1997) e Princípio da Poesia (Entretempo, 1991). Também é organizador de dois livros de textos de Arnaldo Antunes, e de diversos outros na área das artes visuais, como Historicidade e Arte Contemporânea (org. com Sônia Salzstein, Maria Antonia / ICC, 2011), Memória do Brasil (de Evgen Bavcar, Cosac Naify, 2003) e Arte Concreta Paulista – documentos (Cosac Naify, 2002), entre outros.

 

Mostrou seus trabalhos no Brasil e no exterior em diversas exposições, entre elas Paraver (Espaço Santa Marcelina, São Paulo, 1995), Romapoesia (Casa delle Letterature, Roma, 2002), Palavra Extrapolada (Sesc Pompeia, São Paulo, 2003), Poemix (Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, 2005), Entre la Palabra y la Imagen (Fundación Luis Seoane, La Coruña, 2006), 7ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2009), Poesia (Galeria Virgílio, São Paulo, 2012) e atuou como um dos integrantes do grupo Poemix em espetáculos multimídia, ao lado de Lenora de Barros, Walter Silveira, Cid Campos e Arnaldo Antunes – de quem é parceiro em composições gravadas por Adriana Calcanhotto, Wanderlea e outros intérpretes.

 

Bandeira é também Coordenador de Artes Visuais do Centro Maria Antonia, em São Paulo, onde curou exposições como 4/4, de Cildo Meireles; Osso, de Jac Leirner, Cal 87, de Nuno Ramos: Parede por Parede, de David Batchelor. Em outras instituições curou exposições de Geraldo de Barros (Sesc Pinheiros, São Paulo, 2009) e Lina Bo Bardi (Sesc Pompeia, São Paulo, 2014) e escreveu textos de apresentação de mostras de artistas como Waltercio Caldas e Iole de Freitas.

 

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