Aniversário da televisão no Brasil reforça a conscientização sobre a mudança do sinal analógico para o digital

TV brasileira completa 66 anos com processo de evolução do sinal analógico para o digital, que oferece qualidade de cinema aos telespectadores

No dia 18 de setembro de 1950, acontecia a primeira transmissão televisiva no Brasil. De lá pra cá, muita coisa mudou: a TV ganhou cor, tornou-se mais acessível, mais fina, mais moderna. E vai ficar ainda melhor assim que a população fizer a transição do sinal analógico para o digital, processo que começou no ano passado e vai passar por mais de 1400 municípios até 2018. Em Brasília e cidades do entorno, o sinal da TV aberta será totalmente digital em outubro deste ano e, em março de 2017, será a vez da região metropolitana de São Paulo.

Com o aniversário de 66 anos da primeira transmissão de TV no Brasil, a Seja Digital, entidade responsável por operacionalizar a migração do sinal analógico para o digital da TV no Brasil, relembra a evolução dessa paixão nacional e alerta a população sobre o que deve ser feito para ter acesso ao sinal digital.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo PNAD, Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (divulgada este ano pelo IBGE), 65,1 milhões de domicílios do país possuíam TV em 2014, valor que corresponde a 97,1% do total de domicílios existentes. A mesma pesquisa aponta que, naquele ano, 44,3% das residências brasileiras que contavam com televisão possuíam TV de tubo, aparelho que além de não ser mais fabricado, não é apto a receber o sinal digital. Após o desligamento do sinal analógico, portanto, deixará de captar os canais da TV aberta.

Para aqueles que não desejarem aposentar a "velha amiga", é necessário adquirir um conversor digital. O equipamento, quando conectado à TV, possibilita que o aparelho de tubo continue exibindo a programação de TV aberta.

TV aberta com qualidade de cinema

O sinal digital traz uma série de benefícios para os telespectadores. A qualidade da imagem e do som são as melhorias mais perceptíveis à população, pois não apresentam nem fantasmas, nem ruídos. 

Contudo, é fundamental que as pessoas estejam preparadas para receber o digital, pois após o desligamento, somente quem estiver apto a receber o novo sinal continuará assistindo à televisão. Os aparelhos de tubo e de tela plana, fabricados antes de 2010, não são compatíveis com o novo sinal. Mas não há necessidade de se desfazer destes equipamentos. Basta que os telespectadores comprem um conversor para se adequar ao sinal. Os televisores de tela plana fabricados a partir de 2010 já possuem o conversor interno e já estão aptos ao digital. Em ambos os casos, é necessário que a antena também seja compatível com a nova tecnologia. Quem usa antena parabólica ou é cliente de TV por assinatura continuarão recebendo seus sinais sem necessidade de mudança.

Neste momento, a Seja Digital está atuando na região do Distrito Federal (Brasília e mais nove cidades do entorno), preparando os municípios para o desligamento do sinal analógico, que acontecerá em outubro deste ano. Em março do ano que vem será a vez da região metropolitana da cidade de São Paulo ter o sinal analógico desligado. Em 2017, diversas regiões como Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Recife e Salvador passarão pelo processo. A Seja Digital disponibiliza um site www.sejadigital.com.br e uma central telefônica 147 (gratuita) para que todos possam tirar dúvidas, além de oferecer informações detalhadas sobre como preparar a casa e a TV para receber o sinal digital.

A primeira transmissão televisiva no Brasil

18 de setembro de 1950 foi uma data histórica. Neste dia, o Brasil acompanhou sua primeira transmissão televisiva, realizada pela TV Tupi – a primeira emissora do país.

Fundada na mesma data pelo paraibano Assis Chateaubriand, a TV Tupi integrou o grupo Diários Associados, tinha um índio Tupiniquim como logotipo e usava o slogan "A primeira TV do Brasil. A primeira da América Latina".

Curiosidades

"TV na Taba", dirigido por Cassiano Gabus Mendes, foi o primeiro programa a ser exibido no Brasil em 18 de setembro de 1950. Pesquisadores divergem quanto ao horário, mas a transmissão teria acontecido entre 18h e 21h.

O Hino da Televisão Brasileira, composto por Guilherme de Almeida, foi cantado por Lolita Rodrigues na cerimônia de inauguração da TV Tupi, em 18 de setembro de 1950. Lolita conduziu a canção no lugar de Hebe Camargo, que não compareceu ao evento.

A primeira transmissão de TV ao vivo aconteceu na inauguração da cidade de Brasília, em 21 de abril de 1960. O objetivo de transmitir o acontecimento em tempo real foi alcançado por meio de um esquema inusitado: as ondas eram transmitidas por três aeronaves posicionadas no trajeto entre a capital federal e a capital paulistana. A imagem captada passava de um a um pelos três aviões que voavam em círculos e era retransmitida para a antena da TV Tupi de São Paulo.

"Sua Vida me Pertence" foi a primeira telenovela brasileira. Escrita e protagonizada por Walter Forster, foi ao ar duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, entre 1951 e 1952 também pela TV Tupi. Os 15 capítulos, que possuíam 20 minutos cada, eram transmitidos ao vivo.

O primeiro beijo televisionado foi um selinho e ocorreu em "Sua Vida me Pertence" entre os atores Walter Forster e Vida Alves.

No início, a televisão era considerada um artigo de luxo e apenas classes mais ricas tinham acesso à programação.

A Copa do Mundo de Futebol de 1970, realizada no México, foi a primeira a ser transmitida na TV ao vivo e em cores (em caráter experimental). Na época, porém, a maioria dos brasileiros tinha acesso apenas à programação em preto e branco.

A TV digital, que possui qualidade capaz de evidenciar todos os detalhes faciais de atores e apresentadores, faz com que os maquiadores tenham que escolher produtos específicos que proporcionem uma boa cobertura da pele.

Cenários e figurinos também passam pelo mesmo processo de adaptação à nova tecnologia, uma vez que, nesses casos, as imperfeições também ficam mais evidentes.