A&E estreia o documentário Esperança na Fronteira
Nova produção original aborda o fenômeno da imigração haitiana no México, por meio de relatos emocionantes de pessoas que querem atravessar a fronteira com os Estados Unidos com a expectativa de uma vida melhor
ESTREIA: 23/2, quarta-feira, às 21h50
O A&E apresenta a sua primeira produção original de 2022, Esperança na Fronteira (Esperanza en la Frontera), documentário que narra a travessia de milhares de imigrantes haitianos em busca de uma vida melhor fora de seu país.
Em sua passagem pelo México, os imigrantes haitianos compartilham suas histórias. Por meio de suas vozes, se desenha sua travessia por diferentes países, o pesadelo de atravessar a floresta da região de Darien (entre a Colômbia e o Panamá), as caravanas e a sombra da deportação. Diante de um futuro incerto, a esperança de uma vida melhor os encoraja a cruzar a fronteira para os Estados Unidos.
Filmado em Tapachula, Chiapas, cidade fronteiriça ao sul do México, e em Tijuana, Baixa Califórnia, localizada ao norte do México, o documentário de uma hora de duração conta com a direção criativa do reconhecido produtor, diretor e fotógrafo Carlos Perez Osorio (Las tres muertes de Marisela Escobedo; Septiembre: Relatos de un Sismo, Las crónicas del Taco) e direção de Guinduri Arroyo.
Esta grande produção original do A&E, foi gravada e editada em tempo recorde, durante os meses de outubro e novembro de 2021, resultando em um documentário atual sobre a situação dos imigrantes haitianos.
Em 2016, cerca de 3.400 haitianos chegaram à cidade fronteiriça de Tijuana, no México. Mais da metade regularizou sua situação para poder trabalhar e fazer suas vidas lá. Em setembro de 2021, estima-se que mais de 30 mil imigrantes cruzaram a cidade de Del Rio, no Texas. Milhares foram repatriados para o Haiti.
A imigração haitiana é composta, em sua maioria, por famílias que saíram do Haiti depois do terremoto devastador de 7.3 graus em Porto Príncipe, em 12 de janeiro de 2010, que deixou cerca de 200 mil mortos e mais de 300 mil feridos. Depois de anos vivendo no Chile e no Brasil, com a chegada de Biden, a imigração massiva para os Estados Unidos se acelerou, sendo o México a última parte da travessia. Após cruzar o território mexicano, os imigrantes enfrentam uma dura realidade na fronteira norte. Sem documentos que regularizem sua situação imigratória, não podem ter empregos formais e, às vezes, não conseguem sacar o dinheiro que seus parentes mandam dos Estados Unidos. A sobrevivência nas fronteiras do México não é simples.
A partir de uma investigação com especialistas e coordenadores de albergues para imigrantes localizados nas fronteiras sul e norte do México, o A&E selecionou três histórias que representam o fenómeno da imigração haitiana no México, as de Ismaye, Dudu e Marcelin.
ISMAYE – 15 anos
Ismaye é filha de Valancia e enteada de Raynold ("Ray"). Ela deixou o Haiti com sua família e recebeu asilo humanitário no Chile. Após vários anos de residência, decidiram tentar imigrar para os Estados Unidos, estabelecendo-se por um longo período em Tapachula, Chiapas (fronteira sul do México). Quando sua mãe e sua tia saem de casa, ela toma conta de suas priminhas Juh e Susu.
Ela passa o dia conversando em seu celular com amigos e familiares no Haiti. Às vezes ajuda a limpar a casa. Diz que tem medo de sair na rua porque sabe que duas mulheres haitianas foram assassinadas. Ismaye quer ir para a escola, e teria que fazer a revalidação de seus estudos para entrar no 1º ano do ensino médio.
A casa onde vivem tem alguns móveis, mas não há água do serviço público. Eles pagam cinco mil pesos mexicanos de aluguel por mês. As meninas só têm um jogo de chá para brincar. Há uma loja e um parque infantil com jogos infantis perto de sua casa. Ela tem uma tia-avó nos Estados Unidos. E seu avô materno está a caminho de Tapachula. Agora ele se encontra no Panamá.
MARCELIN – 50 anos
Ele viaja sozinho. Haitiano. Anteriormente morou no Brasil por quase dois anos. Ele trabalhava na construção, no Haiti trabalhava no campo... e gosta muito mais da agricultura. Chegou ao México em agosto de 2021.
Para chegar lá, viajou por mais de um mês por nove países. A parte mais difícil foi a viagem entre Colômbia e Panamá, onde teve que andar na selva sem comer por três dias.
Em Tapachula ele vende água e refrigerante com carrinho de mão. Começa às 5h30 para comprar gelo. Vende fora do cartório do COMAR, do escritório de Regulação do INM ou no mercado. Ele mora com dois amigos e os três pagam dois mil pesos por mês de aluguel. Ele gosta de Tapachula porque se sente em casa. Marcelin quer trabalhar para ter sua residência e poder trazer seus quatro filhos do Haiti (26, 21, 18 e 16 anos, respectivamente).
DUDU – 42 anos
Ele deixou o Haiti após o terremoto de 2010. Viveu vários anos na Venezuela e de lá imigrou para o Chile, onde aprendeu espanhol. Mais tarde, viajou com visto de turista para o México e se estabeleceu em Tijuana, Baixa Califórnia (fronteira norte do México). Sua esposa e filho ainda permanecem no Chile. Atualmente trabalha no Abrigo Border Line Crisis Center. Seu objetivo é, no futuro, obter os documentos para sua permanência legal nos Estados Unidos.
Classificação Indicativa: 14 anos
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