ESPECIAL REVELA A REALIDADE DE MULHERES PRESAS POR CRIMES RELACIONADOS À PROSTITUIÇÃO
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Detentas contam às câmeras suas histórias e perspectivas enquanto recebem o apoio de conselheiras que já estiveram do outro lado das grades Detenta escreve carta no presídio | ||
Dramas reais acontecem nos presídios femininos dos Estados Unidos – mulheres com sonhos, famílias e problemas de verdade repensam suas vidas enquanto estão longe da liberdade. Nodomingo, 31 de agosto, às 21h30, o Discovery Home & Health estreia DEIXANDO A PROSTITUIÇÃO (Prostitution: Leaving the Life), especial que dá voz a detentas que fazem parte de um programa especial de reabilitação, destinado a mulheres presas por conta da prostituição. Com duas horas de duração, o documentário tem acesso aos corredores e salas do presídio de Cook County, em Chicago. Lá vivem nove mil detentas, muitas delas foram envolvidas no crime organizado enquanto se prostituíam. Elas mesmas narram às câmeras a complexidade e profundidade das situações que as levaram à cadeia, as maneiras como enfrentam a detenção e o que esperam do futuro, quando puderem voltar a suas famílias. Mais de 90% de cerca de vinte mil mulheres que se prostituem em Chicago têm um cafetão. Algumas delas decidem vender o sexo diante das promessas feitas por esses aliciadores. O dinheiro fácil não vem e, depois de extorquidas, afastadas da família e dos amigos, elas aderem ao tráfico. Outras, começam no vício e trocam o sexo por drogas. Todas, porém, passam a fazer parte de uma indústria na qual abusos, estupros, agressões e risco de vida são as regras. Em resposta ao aumento substancial da população feminina encarcerada por conta da prostituição, foi criado em 2008 um programa de reabilitação para a mulheres do presídio de Cook County. As consultoras e coordenadoras do projeto sabem muito bem a situação com a qual lidam, uma vez que já estiveram no lugar das detentas: todas foram prostitutas e muitas delas se recuperaram do vício. Em um trabalho de aconselhamento integralmente captado pelas produção, as conselheiras prestam apoio às mulheres desde o momento inicial, quando elas são presas. Já nas dependências do presídio, as câmeras as acompanham enquanto contam seus medos, anseios e projetos de vida em sessões individuais e coletivas. Uma das coordenadoras do projeto de reabilitação é Lisa. Aos 19 anos, ela cedeu aos elogios de um rapaz que mais tarde a aprisionaria à cafetinagem. "Eu rezava para que pudesse sair viva a cada noite. Entregava tudo que ganhava para ele", diz. Depois de passar vinte anos se prostituindo, ela conseguiu parar em 2003 e assumiu a coordenação do projeto logo no início, em 2008. Brenda também é uma das conselheiras. Foi prostituta por vinte e cinco anos, durante os quais sofreu agressões graves: quatro tiros e diversos esfaqueamentos. Quando há uma operação policial e uma prostituta é presa, Brenda está sempre presente para oferecer ajuda. Assim como ocorre com as detentas, Lisa, Brenda e as demais conselheiras sofreram abusos de todo o tipo, foram estupradas, ameaçadas e lutaram contra o vício. Agora estão dispostas a, juntas, superarem o passado e mostrarem que nunca é tarde para o recomeço. Entre as detentas que contam suas histórias estão Marian – prostitui-se por dois anos e parou em 2004, quando foi presa, é viciada em crack e em cocaína; Anesha – tem vinte anos, está presa há sete meses cumprindo pena de três anos; engravidou aos quinze e saiu da escola, precisava de dinheiro rápido depois que o bebê nasceu e então recorreu à prostituição. Nicole tem 28 anos e dois filhos: menino com três e menina com sete; acaba de chegar à prisão, viciada em heroína desde a adolescência, vendia sexo em troca da droga; Jamisha – fugiu de casa e começou a se prostituir aos 13 anos, agora está em frangalhos e inicia o trabalho de reconstrução emocional junto às conselheiras. |
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