GILBERTO BRAGA REVELA EM “DONOS DA HISTÓRIA”: “FUI OPORTUNISTA VÁRIAS VEZES NA MINHA CARREIRA E ACABOU DANDO CERTO”


No depoimento que o VIVA exibe neste domingo, autor destaca a importância de suas minisséries, mas reforça que as novelas representam sua carreira

Cenas antológicas, personagens de peso e tramas realistas com críticas sociais permeiam as criações de Gilberto Braga, convidado do episódio de "Donos da História" que vai ao ar neste domingo, dia 21 de maio, às 18h30, no VIVA. Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Antonio Fagundes e Malu Mader emocionam o homenageado, recordando memórias profissionais de suas parcerias. 

Uma vasta e consagrada trajetória profissional acompanha o entrevistado, que confessa ser oportunista: "Oportunismo é um defeito, mas como sou, fiz muita análise para ter vergonha dos meus defeitos. Fui várias vezes na minha carreira e acabou dando certo.".

O carioca formou-se em Letras e trabalhou como crítico de teatro e cinema do jornal O Globo até descobrir a paixão pela teledramaturgia. Sua estreia como autor foi em 1972, quando escreveu um episódio de "Caso Especial". A primeira telenovela veio dois anos depois: "Corrida do Ouro", com a parceria dos já renomados Janete Clair e Lauro César Muniz. Em 1975, ele foi responsável pela adaptação de dois clássicos romances: "Helena" e "Senhora".

Com "Escrava Isaura", em 1976, Gilberto Braga ganhou ainda mais notoriedade como autor. Em seguida, escreveu "Dona Xepa". O ano de 1978 marcou sua carreira com a estreia de "Dancin' Days", uma das principais novelas brasileiras. "Água Viva" veio na sequência, em 1980, de uma parceria com Manoel Carlos. Ao longo da década, lançou as produções "Brilhante" (1981), "Louco Amor" (1983), "Corpo a Corpo" (1984), "O Primo Basílio" (1988), e a bombástica "Vale Tudo" (1988), que parou o país. E Gilberto Braga começou os anos 1990 com o pé direito, colaborando em "Rainha da Sucata", de Silvio de Abreu. Depois de "Vale Tudo", o autor reaviva o tema "corrupção no país" e cria uma trilogia com "O Dono do Mundo" (1991) e "Pátria Minha" (1994). Outras novelas de destaque: "Celebridade" (2003), "Paraíso Tropical" (2007) - em parceria com Ricardo Linhares -, "Insensato Coração" (2011) - também da dupla -, e "Babilônia" (2015), ao lado de Ricardo e João Ximenes Braga.

"O público guarda mais o que é bom, e esquece o que é ruim. A memória é muito afetuosa", comenta Gilberto, que desabafa sobre clássicos de sua carreira: ""Dancin' Days" tem coisas horríveis, capítulos dos quais me envergonho. "Água Viva" tem menos, mas também tem. "Brilhante" tem coisas horrorosas que tive que tirar do ar correndo. Mesmo "Vale Tudo", tem uma parte muito fraca. Já em "Insensato Coração", isso não existe. As histórias têm interesse o tempo todo! Por isso, considero a melhor novela que fiz. Duvido que me mostrem um capítulo do qual vá me envergonhar.".

Ainda sobre as icônicas "Dancin' Days" e "Vale Tudo", o autor destaca que batalhou pelos temas centrais das tramas. "Na primeira, fiz a sinopse sobre a relação de duas irmãs que disputavam o amor de uma menina. Uma era mãe de verdade e a outra de criação. Aí o Boni achou que não tinha novidade nenhuma. Fiquei desesperado. Daniel [Filho] me aconselhou: 'Entrega de novo a sinopse, onde está escrito boate, você coloca discoteca e bota em letra maiúscula'. Em "Vale Tudo", mais uma vez, Daniel disse que o Boni não ia aceitar porque não tinha nenhuma novidade. Insisti muito porque confiava na história. Acabei tendo permissão e tinha razão: Foi um sucesso!". Se Gilberto tem planos de escrever novamente para o horário das 21h? O dramaturgo explica: "Já estou com 71 anos, acho uma responsabilidade muito grande. É muito tenso. A das 23h é mais fácil, porque tem menos censura, além de ser um número menor de capítulos, não é todo dia.".

As minisséries "Anos Dourados" (1986) e "Anos Rebeldes" (1992) também são um marco da trajetória de Gilberto, que enfatiza: "Para o homem, a carreira é muito importante. Se a gente é feliz no trabalho, tem pelo menos metade da coisa resolvida. E eu fui muito feliz no meu. Apesar do sucesso das minisséries, devo o meu sucesso às novelas, que representam, então, a minha carreira. O Daniel Filho tinha razão, eu tinha jeito para escrever novela...".


SOBRE "DONOS DA HISTÓRIA"
 
A série dá continuidade ao sucesso de "Damas da TV" (2013) e "Grandes Atores" (2014). Também idealizado por Hermes Frederico, o projeto homenageia alguns dos mais emblemáticos escritores brasileiros da televisão, criadores de clássicos e personagens inesquecíveis, que marcam a teledramaturgia brasileira.

"Donos da História" resgata as recordações e aborda as trajetórias dentro e fora da telinha de consagrados autores: Aguinaldo Silva, Alcides Nogueira, Antonio Calmon, Benedito Ruy Barbosa, Gilberto Braga, João Emanuel Carneiro, Manoel Carlos, Maria Adelaide Amaral, Miguel Falabella, Ricardo Linhares, Silvio de Abreu, Walther Negrão e da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes. 

A cada semana, um convidado conta sua história para as câmeras, em depoimentos repletos de emoção e revelações. As memórias profissionais e pessoais desse time renomado ainda são recordadas por declarações especiais de diretores e atores parceiros, que participam da história de cada um deles: Arlete Salles, Ary Fontoura, Betty Faria, Dennis Carvalho, Fernanda Montenegro, Gloria Pires, Juliana Paes, Laura Cardoso, Lília Cabral, Malu Mader, Mateus Solano, Ney Latorraca, Paolla Oliveira, Regina Duarte, Renata Sorrah, Taís Araújo, entre outros.

Além de idealizador do projeto, Hermes Frederico é coprodutor, roteirista e comanda as entrevistas da série por trás das câmeras. Ele é professor de comunicação oral na PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), um dos diretores da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e da Faculdade CAL, e produtor de peças teatrais. "Donos da História" tem direção de Bernardo Portugal e produção da SeuFilme, em parceria com o VIVA. 

* "Donos da História" também poderá ser assistido pelo VIVA Play e pelas plataformas VOD das operadoras NET, VIVO e Oi. Os episódios serão disponibilizados sempre no dia seguinte à exibição na TV. 


VIVA - Canal Globosat
"Donos da História" - Gilberto Braga - inédito

Horário principal: 
domingo, dia 21 de maio, às 18h30
Horários alternativos: domingo, dia 21 de maio, às 3h; sábado, dia 27 de maio, às 18h30; e domingo, dia 28 de maio, às 18h

Classificação: Livre

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