Novo estudo do Gloob aponta os efeitos da pandemia no universo infantil



"Entretempos, relatos e aprendizados sobre as crianças nessa pandemia" está disponível na Plataforma Gente




Após oito meses do início da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus, em que o mundo passou a ser dentro de casa - trabalho, escola e lazer -, como ficou o universo infantil e dos seus familiares? Para tentar responder a essas e outras questões, o Gloob, canal infantil da Globo, em parceria com o Coletivo Tsuru e Quantas, lança o estudo "Entretempos, relatos e aprendizados sobre as crianças nessa pandemia". A pesquisa foi realizada de forma online e contou com uma fase qualitativa em julho e outra quantitativa, desenvolvida ao longo de setembro. Foram entrevistadas crianças entre 6 e 11 anos e pais com filhos nessa faixa etária nas cinco regiões do país. O conteúdo na íntegra está disponível na Plataforma Gente, no link a seguir: https://gente.globo.com/entretempos/.

Medo, ansiedade e tristeza foram os sentimentos mais presentes entre as respostas dos pais em relação ao começo do isolamento. Já para as crianças, era como se a vida virasse um grande final de semana. E, nessa nova realidade, as telas do celular, da televisão e do computador ganharam ainda mais tempo ao longo do dia, até mesmo como forma de manter contato com o mundo externo.

Segundo o levantamento, 78% das crianças afirmam que jogam games todos os dias, enquanto que a percepção dos pais sobre a rotina dos filhos é que 76% passaram a ver mais televisão, 74% assistem mais a vídeos na internet e 73% acompanham por mais tempo a vida dos youtubers. Ainda neste contexto, 46% reduziram a prática de esportes, mas em contrapartida, os dados revelam que as brincadeiras, a leitura e o sono também ganharam mais espaço na vida das crianças durante o período de confinamento.


"Todo o ano a gente escolhe um tema e investiga algum aspecto do comportamento infantil para entender profundamente o nosso público. E nesse ano de cabeça pra baixo, como está sendo 2020, não poderíamos deixar de colocar luz nesse momento de isolamento e entender como as crianças, os pais e educadores estão elaborando essa nova realidade.Assim nasceu nosso dossiê, batizado de Entretempos, que vai percorrer os sentimentos associados a esse novo contexto. Com esse estudo, esperamos contribuir com a sociedade e com as marcas nesse entendimento e na construção de mensagens que criem conexão e inspiração. Acreditamos que o conhecimento compartilhado é capaz de gerar reflexões, transformações ou simplesmente tem o propósito de inspirar. Agora, mais do que nunca, precisamos pensar coletivamente e escolher como vamos ressignificar as nossas histórias e crescer com elas, esse é o nosso convite", explica Luciane Neno, gerente de marketing e plataformas digitais da Unidade Infantil da Globo.

A pesquisa mostra que, assim como para os adultos, esse tempo de reclusão gerou tristeza e preocupação em 57% das crianças. Quando perguntadas, 100% delas tinham total conhecimento sobre a Covid-19, seus impactos na sociedade, e demonstraram preocupação com a família, amigos, professores e também com os menos favorecidos.

Durante o isolamento as atividades nas redes sociais se tornaram uma prática constante para as crianças - 45% declararam usar perfil próprio para as postagens. E foi o TikTok, com seus desafios de dança e outras atividades interativas, que ganhou espaço - 48% das crianças disseram postar na rede. Já o Facebook e o Instagram disputam o segundo lugar com 40%. Essas duas plataformas têm adesão ainda maior, principalmente, entre os mais velhos (10 a 11 anos).

Diante desse novo mundo dentro de casa, para muitos, essa maior interação com as telas é a janela para um universo já conhecido, para o espaço que elas viviam pré-Covid-19 e que se intensificou durante o período de isolamento social. A interação com as telas preenche ou desperta: ilusão da presença ("tem alguém falando comigo"), identificação e projeção ("eu passo pelas mesmas coisas que esse youtuber"), companhia remota ("falo com os meus avós todos os dias por videochamada") e possibilidades de escolha, sem frustrações ("já assisti a todas as séries, agora pulo só para as partes que eu mais gosto").

A rotina virtual também virou realidade no ambiente escolar. Depois da fase inicial, as famílias se ajustaram, as escolas passaram a oferecer as aulas online à distância - para as turmas em que isso foi viável - e surgiu mais uma questão: quem na casa assume o papel do professor? O estudo aponta que para os pais esse foi um trabalho árduo, ainda mais dentro de casa com tantas outras tarefas, estímulos e confusões da nova realidade. Em 79% dos casos essa função foi absorvida principalmente pelas mães, além das atividades do trabalho e do cuidado da casa. Para os pequenos, essa nova experiência de dinâmica escolar ainda é confusa. Em várias entrevistas, foram relatados problemas de conexão, muita gente falando ao mesmo tempo e dificuldades de concentração. Entre as faltas, os pais apontaram a redução das atividades artísticas (30%), assim como das atividades extracurriculares (27%) o dia a dia.

"Cultura do afeto"

Depois que o momento inicial do choque com a nova realidade e de precisar reajustar toda a rotina, as famílias passaram a encarar a nova realidade sob uma outra perspectiva, como um processo de aprendizado. A possibilidade de reaprender a ficar juntos, com qualidade, é o que o estudo chamou de "Cultura do Afeto". Os laços foram revisitados com mais frequência, com tempo para o café da manhã demorado, o almoço com toda a família e um jantar especial feito em casa. 80% dos pais sentem que estão mais conectados com os filhos, 81% estão felizes com mais tempo em família e 73% disse que, no futuro, pretende alterar sua rotina para não perder o que foi conquistado. No entanto, as dificuldades também apareceram: ⅓ dos pais concorda que ficou mais difícil equilibrar as múltiplas funções.

E é na busca de viver da melhor forma esse momento entre o passado pré-covid e o futuro com a vacina, que os dados apontam para a necessidade de manter o um diálogo sincero com as crianças e ressignificar tudo que está sendo vivido. "A gente tem essa busca pela normalidade como algo que não permite uma ressignificação das coisas. A beleza das coisas é que elas se ressignificam o tempo inteiro. Não é nem um pouco normal a gente não abraçar as pessoas que a gente gosta", explica a psicóloga Larissa Gomes Ornelas Pedott, consultora durante o desenvolvimento do estudo. Nesse processo de ressignificação e de espera do futuro o importante, de acordo com os dados do estudo, é usar esse tempo para plantar sementes de afeto, curiosidade, imaginação, coletividade e empatia usando os aprendizados do recolhimento para cultivar novas realidades.

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