Futuro da Amazônia é tema de documentário de Miriam Leitão na GloboNews

GloboNews

Jornalista vai até São Félix do Xingu, no Pará, cidade que mais emite gases de efeito estufa no país e abriga a unidade de conservação ambiental que mais desmata

No sentido figurado, a palavra "encruzilhada" significa que existe um ponto crítico, quando uma decisão deve ser tomada. E é assim que Miriam Leitão enxerga a situação da Amazônia, por onde viajou durante dez dias para gravar um documentário e colocar em pauta os problemas que a região vem enfrentando nos últimos anos. O vasto material produzido pela jornalista resultou no documentário 'Amazônia na encruzilhada', que a GloboNews exibe no próximo domingo, dia 24, às 23 horas. Alinhada à pauta ESG da Globo, esta é a segunda reportagem especial do canal sobre a questão ambiental brasileira. A primeira, com Fernando Gabeira, foi exibida em junho e retratou uma Amazônia assolada pelo desmatamento. Este é o primeiro documentário realizado por Miriam Leitão, no ano em que a jornalista completa 50 anos de carreira. "Nosso objetivo com a gravação deste especial era olhar para o futuro e pegar um recorte que fosse realmente muito significativo. E achamos: 90% do desmatamento na Amazônia é causado pela grilagem que, posteriormente, se torna pecuária", afirma Miriam.  

Apontada como a cidade que mais emite gases de efeito estufa do Brasil, até mais que São Paulo, a maior do país, São Félix do Xingu, no Pará, se tornou uma parada emblemática. Além do "título" de cidade mais poluidora, São Félix também é marcada, segundo Miriam, pela quantidade de crimes sem punição. "Perguntei aos entrevistados qual é a característica de São Félix do Xingu. Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a principal é a impunidade: nenhum crime cometido em conflitos no campo foi solucionado", diz a jornalista.

No município também se encontra a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, um dos territórios protegidos da Amazônia mais pressionados pelo desmatamento no primeiro trimestre deste ano. Entende-se por pressão um processo interno que pode levar a desestabilização legal e ambiental da área de proteção. "A gente fez uma viagem à unidade de conservação que mais desmata e que possui uma grande área descampada. Começou muito tensa, mas deu muito certo. O que vemos é a ausência. Não tem floresta", salienta Leitão.

"O que é Amazônia na encruzilhada? Mostramos que a floresta foi tão destruída e atacada nos últimos tempos, segundo os especialistas, e o caminho virtuoso. Temos depoimentos de grandes empresários que estão tentando se enquadrar no quesito ambiental, como os pequenos, que são encantadores. As entrevistas com os agricultores familiares deram muito certo. As mulheres são muito empoderadas", descreve Miriam ao relembrar do grupo de agricultoras responsáveis pelo plantio de hortaliças e frutas que compõem a merenda escolar destinada aos alunos da rede de ensino local.    
A produção conta ainda com cenas dignas de um filme de ação. Miriam Leitão relembra que, ao parar para comprar uma água, avistou vários veículos oficiais. "Tinha um carro do Ibama na frente, além dos da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional. Fui procurar saber o que estava acontecendo e me informaram que essa comitiva estava indo verificar um flagrante de desmatamento. Conversei com o representante do Ibama, que chefiava a operação, e decidimos ir atrás", conta ela.  "Me marcou o momento em que, sentada em um toco de uma árvore morta, eu questiono que futuro terá o Brasil se a Amazônia não tiver futuro. E, por isso, que a região está nesta encruzilhada", conclui Miriam Leitão.    

O documentário 'Amazônia na encruzilhada" vai ao ar neste domingo, dia 24, às 23h, na GloboNews. 
 

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