Carnegie Hall revive a grande noite da bossa nova 60 anos depois

 

Tributo ao concerto histórico de 1962, em Nova York, reúne Seu Jorge, Daniel Jobim, Roberto Menescal, Carlinhos Brown e convidados especiais
 

Seu Jorge e Daniel Jobim comandarão a noite de homenagens ao concerto histórico da Bossa Nova, no Carnegie Hall, Nova York - foto Fabio Nunes

 

A batida diferente volta a ecoar em Nova York este ano. O dia 8 de outubro marca o retorno da bossa nova à lendária sala de espetáculos que apresentou ao mundo nomes como Tom Jobim, João Gilberto, Sérgio Mendes e Carlos Lyra. Artistas de diferentes gerações vão se reunir no Carnegie Hall para A Grande Noite -- Bossa Nova, apresentação única capitaneada por Seu Jorge e Daniel Jobim, com um grande elenco de artistas convidados. O show será um tributo à apresentação histórica de novembro de 1962 no mesmo Stern Auditorium, que definiu os rumos do movimento musical.
 

Mais de 60 anos depois, a Bossa Nova ganha novos timbres, vozes e sonoridades na apresentação do Carnegie Hall. A Grande Noite reúne desde nomes consagrados até artistas que começam a despontar na carreira. Seu Jorge, acompanhado pelo piano de Daniel Jobim (neto de Tom) e banda, interpreta clássicos como "Chega de Saudade", "Corcovado", "Garota de Ipanema", "Wave", "Samba de uma Nota Só", "Luiza", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "A Felicidade".
 

O time de artistas convidados inclui o compositor e guitarrista Roberto Menescal (pioneiro da Bossa Nova, que se apresentou no concerto de 1962) e Carlinhos Brown, em carreira ascendente no exterior. A noite terá ainda Carol Biazin, cantora paranaense de 25 anos, autora do hit "Penhasco" (sucesso na voz de Luísa Sonza). Carol se apresentou na edição deste ano do Lollapalooza SP.
 

A Grande Noite traz um momento de muita expectativa para os artistas envolvidos. Seu Jorge não vê a hora de pisar em solo sagrado para a bossa nova. "Foi uma grande surpresa receber esse convite. Lá se vão 60 anos daquele concerto histórico, que mostrou nossa arte para o mundo. Estou orgulhoso de participar dessa apresentação ao lado de grandes músicos. O Carnegie Hall é o lugar das excelências, o que torna um desafio cantar um repertório de tanta sensibilidade como esse", diz o cantor.
 

Daniel Jobim também conta as horas para a apresentação. "É um sonho. Há 60 anos, o Carnegie Hall projetou uma geração inteira de músicos no exterior. Eu me sinto honrado por tocar na mesma casa que recebeu meu avô e tantos artistas geniais. Dividir o palco com Seu Jorge e convidados nesse dia é bom demais", conta.
 

Registro do festival Bossa Nova at Carnegie Hall, em 1962, com Roberto Menescal, Ana Lúcia, o conjunto de Oscar Castro Neves, Carlos Lyra, Normando e Chico Feitosa Foto - foto Dan Blaweiss


Roberto Menescal, da primeira geração da bossa, lembra uma história divertida envolvendo o concerto de 1962. "Quando fui convidado a me apresentar no Carnegie Hall, não tinha a menor noção de como isso seria importante. Quase não fui. Tinha uma pescaria marcada naquele dia e avisei ao Itamaraty que não poderia ir. Aí o Tom Jobim me ligou e disse: 'Menesca, você tá louco! É o Brasil que estará lá. Não sou eu nem você. É a música brasileira. É importantíssimo para o país'. Claro que eu fui e acabou sendo uma das coisas mais significativas na minha carreira. Percebi que a nossa música estava saindo do Brasil para o mundo. Vou reviver essa emoção agora, com outros artistas, novas caras da música. Tocar naquele palco é reviver toda essa emoção. A gente ganha um espaço muito grande no mundo com esse concerto", revela Menescal.
 

Carlinhos Brown, por sua vez, já cantou no Carnegie Hall ao lado de Caetano Veloso e Lee Ritenour. Mas A Grande Noite, em outubro, terá um gosto especial para ele. "Nasci em 1962, no mesmo ano desse concerto histórico. É fantástico comemorar os 60 anos de um show que ajudou a construir a minha trajetória. A bossa nova mais do que se internacionalizou a partir dali. Ela mostrou um Brasil profundo, de poesias e lindas harmonias. Foi um momento de coesão, em que os artistas se encontravam nas esquinas do mundo. Temos que celebrar nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Nara Leão e Miúcha. A bossa nova é um movimento popular e, ao mesmo tempo, sofisticado. Quando ouvimos Jobim também nos conectamos com Gershwin e Cole Porter. A bossa nova conversa com o mundo", define.
 

Carlinhos Brown - foto Leo Aversa

 

A Grande Noite foi idealizada pelo cantor e compositor Max Viana, também diretor artístico do evento. "O concerto é uma homenagem aos 60 anos do show mais importante da bossa nova, num dos palcos mais emblemáticos do mundo. Vamos celebrar a qualidade da música brasileira e dos artistas que, de alguma maneira, foram impactados pelas composições de Tom Jobim e pela voz e o violão de João Gilberto", explica Viana.
 

O tributo ao concerto histórico de 1962 ganha vida pelas mãos do empresário Fabio Almeida, sócio da Join Entretenimento. Ele destaca que a Bossa Nova é um dos mais importantes símbolos da cultura brasileira. "Foi justamente no Carnegie Hall que esse capítulo tão relevante da história da nossa música ganhou tamanha proporção. Para nós, é motivo de enorme satisfação levar novamente a excelência da arte e da música brasileira a um dos palcos mais icônicos do planeta", destaca o realizador do evento.
 

Almeida ressalta que a Join tem como principal objetivo promover, preservar e difundir a arte e cultura produzidas no Brasil, através da união de grandes talentos a marcas e parceiros institucionais que comungam dos mesmos valores.

Outra empresa parceira, a MC Connections, vê uma oportunidade única para celebrar a cultura nacional. "Reverenciar a bossa nova e celebrar uma cena tão importante para o Brasil, numa noite especial como essa, é algo muito inspirador. Ter marcas atreladas a esse momento, diz muito sobre o apoio à cultura nacional", ressalta o sócio Marcelo Campos.
 

A mestre de cerimônias do espetáculo será a atriz Alice Braga. O show será gravado para futuro lançamento de um álbum fonográfico.

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